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Fossa Séptica

Fossa Séptica Abertura de Fossa Negra

Fossa Séptica

Em áreas onde não se encontra um sistema de tratamento de esgoto efetivo, há a necessidade de oferecer um sistema compatível com as necessidades do local.

Para atender sistemas isolados individuais ou condominiais não providos de sistemas de coleta e de tratamento de esgoto pode-se optar pela utilização da fossa séptica. As fossas sépticas, que normalmente são de câmara única, permitem a sedimentação dos sólidos, a flotação das gorduras e óleos graxos, o armazenamento (lodo) e a sua digestão que ocorre em zona anaeróbia.

O interior do tanque séptico é constituído por uma zona onde flota na superfície do líquido uma camada de gordura e substâncias graxas (camada de escuma), uma zona aeróbia e uma zona anaeróbia onde o lodo é digerido conforme desenho:

Fossa Séptica NBR 7229

Figura 4 – Funcionamento da fossa séptica segundo NBR 7229.

Para evitar à saída de materiais graxos e gorduras junto com o efluente, a fossa séptica deve conter um sistema de defletores capaz de reter esse material no seu interior. Também é prevista para a boa funcionalidade do sistema a instalação de uma caixa de gordura antes da fossa séptica para evitar esses materiais indesejados, conforme figura abaixo:

Fossa Séptica Caixa de Gordura Tigre
Caixa de gordura, Tigre 2006.

Por estas características a fossa séptica pode ser chamada também de decanto-digestora. A utilização da fossa séptica em lugares isolados e desprovidos de sistemas de tratamentos de esgoto é uma alternativa a baixo custo, pois a fossa opera sem o uso de energia.

A velocidade e a permanência do líquido no tanque séptico permitem que haja a separação dos sólidos contidos no líquido, promovendo o acúmulo dos sólidos e sua digestão limitada.

A digestão anaeróbia se desenvolve principalmente no lodo retido, onde ocorre a atividade de transformação da matéria orgânica, usando bactérias facultativas ou anaeróbias como agentes.

Atuando na ausência de oxigênio reduzem as substâncias orgânicas pouco oxidadas com disposição ou liquefação de alguns sólidos resultando na liberação dos gases.

O sistema de tanque séptico aplica-se usualmente ao tratamento de esgoto doméstico, sendo esse com dimensões próprias a receber todos os despejos a ele conferidos.

O tanque séptico pode ser uma unidade cilíndrica ou prismática retangular, onde necessariamente impera o fluxo horizontal e contínuo do efluente.

Seguindo as recomendações da NBR 7229 – Projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticosa geometria dos tanques seguem a seguinte recomendação: os cilíndricos são empregados em situações onde se pretende minimizar a área útil em favor da profundidade; os prismáticos retangulares, nos casos em que sejam desejável maior área horizontal e menor profundidade.

A composição formada no seu interior produz principalmente o gás natural (CH4 + CO2) e pequenas quantidades do gás sulfídrico (H2S), entre outros.

A fossa séptica deve operar preservando a qualidade das águas superficiais e subterrâneas, sendo portanto, feita de material estanque, não permitindo a entrada de águas pluviais ou despejos capazes de causar interferência negativa no processo de tratamento como, por exemplo, o aumento excessivo da vazão do esgoto afluente.

O tratamento que ocorre, no entanto, é de nível primário. Ainda estão presentes, no efluente que sai da fossa séptica, matéria orgânica, patogênicos e nutrientes. Algumas formas de disposição adequada para esse efluente são o uso do filtro anaeróbio de fluxo ascendente, vala de infiltração, escoamento superficial e de desinfecção entre outros.

Ao se instalar uma fossa séptica, deve ser prevista desde o início do uso, a retirada periódica do lodo que se acumula no fundo do tanque, a fim de garantir o bom funcionamento do sistema. O lodo removido apresenta organismos patogênicos precisando ser disposto adequadamente.  A falta de destinação adequada deste lodo resulta em comprometimento do lençol freático e da saúde pública.

As fossas sépticas devem ser dimensionadas de acordo com o número de pessoas que a utilizarão. A principal finalidade da fossa séptica é de clarificar o efluente reduzindo a concentração de sólidos sedimentáveis e a demanda bioquímica de oxigênio.

MURILO MIYAHARA ENGENHEIRO CIVIL TECNOLOGO EM SANEAMENTO POTARE HIDRÁULICA PROJETOS DE ALTA PERFORMACE

Murilo Miyahara

Engenheiro Civil e Tecnólogo em Saneamento Ambiental com Ênfase em Saneamento Básico.

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